Nos dias 21 e 22 de Janeiro participei de um workshop lá na Lano Alto chamado Terruá – Criar & Comunicar Produtos de Origem
Foi uma experiência de troca que trabalhou nossos 5 sentidos.
Aqui nesse texto posso falhar em trazer o significado das palavras, mas o que eu gostaria mesmo era de traduzir o que vivi nessa imersão.
Terruá é território
É aquilo que está ao redor.
A terra e seus nutrientes.
A água que passa por essa terra.
As árvores e plantas, nativas ou não.
Os animais que habitam aquela terra.
Tudo isso junto forma e nutre o Terruá.
E ai me vi pensando sobre o meu próprio Terruá.
Na verdade, essa é uma reflexão que tenho feito muito nos últimos meses, mesmo antes de conhecer essa palavra. Em diversos momentos fui levada a pensar sobre isso.
A casa onde moro, a cidade que escolhemos, as pessoas com quem convivo e tenho trocas frequentes ou não, as coisas que vejo, escuto, leio...
Mas tudo isso poderia ser resumido a “O que me nutre nesses últimos tempos?”
“Tudo que precisamos, nasce ao nosso redor!”
O workshop foi um mergulho interno, e ao provocar os 5 sentidos ele ganhou uma força ainda mais especial para mim.
O lugar era lindo, a troca de conhecimento foi profunda e tudo isso foi abraçado por refeições que traduziam toda a essência do trabalho da Lano Alto.
“O suficiente já é abundante”
O almoço no primeiro dia foi um menu degustação com 5 pratos, 2 bebidas e sobremesa.
Estou descrevendo isso porque é parte importante no todo.
Os pratos traduziam uma riqueza em simplicidade e sabor que eu ainda não tinha vivido.
Todos traziam pelo menos 1 produto feito por eles. Produtos que em sua essência também são simples, pouquíssimos ingredientes.
E pensando um pouco sobre todos eles, posso dizer que o principal e comum a todos era: TEMPO.
O bem mais preciso o escasso.
HUMILDADE VEM DE ‘HUMMUS’
Que significa terra.
Uma das muitas reflexões nos fez pensar sobre essa humildade e simplicidade do caipira, da vida mais pacata, em um ritmo próprio com pouco ou quase nenhum luxo.
E sobre como nós, ‘pessoas da cidade grande’, insistimos no pensamento de que sabemos o que é bom e o que é melhor para eles.
A pandemia também aflorou tudo isso. Você provavelmente conhece alguém que se mudou para o interior ou comprou/alugou uma casa para se isolar no interior durante esse período.
Ao invés de chegar nos colocando no lugar de sábios, de alguém que sempre tem algo a contribuir, precisamos perguntar ‘como posso servir?’ Nos colocar à disposição de aprender com os mestres.
A riqueza do caipira também está diretamente relacionada ao tempo.
Ele tem seus pés firmes na terra.
Sua ancestralidade é sagrada
É um especialista em servir - a si mesmo, ao outro e a terra.
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Vivi momentos que vão ficar marcados na minha história.
Paulo e Yentl, obrigada pela acolhida e pela partilha.
A Lano Alto é um projeto de vida que nos dá esperança de um futuro de reconexão com a terra.
Sigam firmes nessa jornada!
Vou deixar aqui algumas registros feitos ao longo dessa imersão.
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